Hoje trago-vos uma publicação de cariz um pouco mais pessoal. Decidi escrever sobre este tema pois, acredito que sou de longe a única a quem andar de avião lhe causa alguma ansiedade. Com isto não quero dizer impossibilidade de utilizar este meio de transporte! Aliás por mim passaria a vida a andar de um lado para o outro a saltar de avião em avião, mas a existência desta ansiedade tornaria tudo muito mais complicado, principalmente em termos físicos.

A minha ansiedade derivada a viagens de avião foi aparecendo com quantas mais viagens eu tenho feito e já passou por várias fases. A primeira vez que me lembro de ficar mesmo nervosa dentro de um avião foi em 2013 numa viagem de Praga para Milão. Antes desta tinha feito já no espaço de 5 dias mais 2 deslocações de avião, a primeira de Lisboa a Amesterdão e a segunda de Amesterdão para Praga. Na minha cabeça começaram a ocorrer-me mil e uma coisas... sendo que a que mais se destacou foi o pensamento de que o piloto não sabia conduzir e o avião não estava a fazer os barulhos que devia fazer e acabei a chorar e a tremer por todos os lados.
Nunca meti em causa o facto desta situação ser derivada a um certo medo das alturas, que tem vindo a desaparecer com o aumentar da idade, ou até o facto de estar num sitio fechado do qual não poderia sair se quisesse, pois o que realmente me incomodava era o barulho! Voltei de Milão a Lisboa sem qualquer problema e nunca sequer pensei: NUNCA MAIS VOU CONSEGUIR ANDAR DE AVIÃO!

Em Fevereiro do ano seguinte marquei viagem para Paris e dias antes a ansiedade começou a crescer... comecei a imaginar o que poderia acontecer se ficasse novamente em pânico e a tentar meter na minha cabeça que todos os barulhos que naquele momento representaram que algo estava errado, não passavam de sons normais.
Para além disso, apesar de em nenhuma das viagens que tinha feito recentemente tivesse apanhado turbulência, esta começou igualmente a fazer-me uma certa confusão. Passei horas e horas infinitas com insónias a pesquisar na internet e para o caso da turbulência apareceram-me resultados como: “imagine que está num autocarro”, “quem lhe faz impressão a turbulência deve marcar lugar por cima das asas do avião pois é onde este é mais estável”, “e nunca se esqueça que até hoje os aviões são o meio de transporte mais seguro”. Quanto ao barulho aconselhavam apenas o uso de fones para criar uma distração face ao que me rodeava. Acreditem ou não tudo isto tranquilizou-me bastante. 

Na viagem para Paris tinha de tudo para me distrair: música, tablet, revistas, um livro, e quem me distraísse com conversa... tudo o que fosse necessário para eu não estar preocupada com o que se passava à minha volta e aproveitar a viagem. A partir daí que, principalmente a música começou a ser a minha melhor amiga dentro dos aviões. Entro, sento-me meto os fones e deixo-me levar.

Depois de tudo isto já apanhei voos com turbulência, já viajei sozinha para Londres, passando o meu único problema a ser em voos mais demorados (cerca de 2 horas) pela questão do ar do avião me secar imenso os olhos e a altitude me dar uma valente dor de cabeça. 

Com todas estas novas técnicas que tinha arranjado para viajar sem problemas, o meu problema passou a ser apenas um desconforto na barriga por causa dos nervos que me afetava desde que chegava ao aeroporto até descolar. Quando tudo isto passava eu melhorava, comia e aproveitava o meu tempo no voo.
Em Janeiro como partilhei convosco, fui ao Porto de avião. A viagem mais curta da minha vida, que acabou por se tornar uma das piores viagens de avião que alguma vez fiz! O desconforto habitual no estomago nada que me surpreendesse, o avião atrasou, deslocámos e quando eu já me estava a sentir melhor, olhei pela janela no momento em que houve uma alteração de pressão. Nunca me senti tão mal, ao ponto de ter que chamar um assistente de bordo para que me pudesse trazer um saco e fui o resto da viagem de olhos fechados e imóvel.

O mesmo voltou a acontecer quando regressei dos Açores, apesar de antes de entrar no avião ter tomado um comprimido para o enjoo (algo que não gosto de fazer) sendo que como esta era uma viagem de 2 horas lá consegui adormecer. A música que antes era a minha distração, acabou por se tornar uma forma de me deixar ainda mais indisposta.

Ainda não voltei a voar desde aí, não porque não quero, mas porque ainda não tive oportunidade! Tal como disse acima esta minha ansiedade que agora até enjoada me deixa, não me impede de voar e acredito que só tenho que arranjar as técnicas certas para combater tudo isto!

Deixo-vos algumas delas:

O importante é encontrarmos soluções para nós e que nos deixem confortáveis! Cada pessoa tem o seu tipo de ansiedade no que toca a deslocações de avião e aquilo que é mau para mim pode não ser para outra pessoa que também fique ansioso com estas viagens. Não deixem que certo tipo de desconforto vos faça desistir de coisas que tanto gostam, como para mim, visitar novos países e novas cidades!

Se tal como eu sofrem de ansiedade, pânico ou até medo de viagens de avião, partilhem nos comentários a vossa história e a forma como o contornam. De certeza que vão ajudar alguém, nem que seja a perceber que não está sozinha ou até ajudar-me a acrescentar novas dicas à minha lista de técnicas para combater a ansiedade.

Bons voos!